5 Mentiras sobre Softwares Livres para Geoprocessamento

5 Mentiras sobre Softwares Livres para Geoprocessamento

Infelizmente ainda há muito preconceito em torno do uso de softwares livres, inclusive na área das Geotecnologias. Este artigo vai  desmistificar cinco dos falsos conceitos sobre o emprego deste tipo de programa para Geoprocessamento.

Há verdadeiras mentiras que têm impedido muitos de explorar as ferramentas deste tipo em sua plena capacidade. Pior ainda, por conta de preconceito alguns chegam a nem mesmo experimentar os softwares livres (SL) para Geoprocessamento. Veja alguns exemplos:

1. SOFTWARES LIVRES SÓ FUNCIONAM EM LINUX

Essa falsa ideia assusta e paralisa principalmente os que só têm contato com um único Sistema Operacional (SO), em geral o MicroSoft Windows. Qual é a verdade sobre essa afirmação?

Softwares Livres

É verdade que há softwares livres que são nativos ou possuem apenas versões para SO Linux. Mas também é verdade que há programas livres que possuem versão apenas para Windows! Um exemplo disso é o caso do MapWindow [www.mapwindow.org].

Neste ponto é importante destacar que programas, tais como o Quantum GIS (QGIS), que é bastante popular, possui versões para os principais SO, conforme pode ser verificado em sua página de downloads [download.qgis.org].

Assim, fica claro o seguinte fato: Softwares Livre para Geoprocessamento NÃO estão restritos, na maioria dos casos, à uma única plataforma computacional!

2. SÃO MUITO DIFÍCEIS DE USAR

Alguns imaginam que se trabalharem em seus projetos de Geoprocessamento com softwares livres terão de ficar presos à um quase indecifrável terminal de comandos. Será isso verdade?Software DifícilJá há anos essa ideia está caduca, pois a cada dia os programas livres para Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e outras Geotecnologias estão bem amigáveis.

Para provar que isso é verdade, se ainda não o fez, instale e abra o gvSIG, Kosmo, Diva-GIS e o já citado QGIS, só para citar alguns.

Ainda é válido chamar a atenção que mesmo nos casos onde utilizamos um terminal de comandos, isso pode significar ter acesso à poderosos recursos. Se você pesquisar mais programas como o GRASS vai entender melhor o que queremos dizer com isso.

3. NÃO SE PODE GANHAR DINHEIRO COM ELES

São muito raros os casos de softwares livres cuja licença de uso não permita utilizá-lo para projetos de cunho comercial. Todos os programas citados nos itens acima são exemplos claros de ferramentas livres que podem ser usadas para se implementar soluções que serão vendidas para o contratante.

O que não se pode é vender o software livre como sendo uma propriedade sua. Se não foi você quem desenvolveu o QGIS, GRASS, Spring, TerraView, etc não pode vender a licença de uso deles. Isso com certeza é bem fácil de entender. A dica então é sempre verificar a licença do software com o qual se está trabalhando para conhecer as liberdades e restrições à ele associadas.

4. SÃO INCOMPLETOS E IMATUROS

Isso é praticamente uma difamação! São poucas, bem poucas mesmo, as atividades desenvolvidas pelos principais programas proprietários que ainda não podem ser executadas em ambiente open source.Linux NascendoÉ digno de nota que mesmo programas comerciais não possuem sempre a mesma quantidade de funções, nem as mesmas ferramentas. Some-se  a isso o fato de que hoje os softwares livres estão presentes no mercado como verdadeiros e poderosos concorrentes dos grandes programas prorprietários.

Os programas livres se complementam, você pode usá-los de forma integrada criando um leque ainda maior de possibilidades. Entre as combinações mais conhecidas estão QGIS + GRASS e gvSIG + Sextante.

5. OS DADOS PRODUZIDOS NELE SÃO “DESCARTÁVEIS”

O que essa mentira quer transmitir? Alguns pensam erroneamente que os dados trabalhados nos softwares livres (de SIG, para banco de dados,  webmapping, etc) não podem ser lidos ou manipulados em programas de licença diferente (leia-se comerciais).

A verdade é o oposto. Os programas citados nesse artigo e os demais que seguem a mesma linha, prezam pela interoperabilidade, ou seja, a capacidade do software de se comunicar de forma transparente com outro sistema. Por isso, fique tranquilo, pois seus dados não serão bloqueados após usados em um SL.

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Anderson Medeiros

Anderson Medeiros

Graduado em Geoprocessamento pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). É o autor do site https://clickgeo.com.br que publica regularmente, desde 2008, artigos dicas e tutoriais sobre Geotecnologias, suas ferramentas e aplicações.
Em 2017 foi reconhecido como o Profissional do ano no setor de Geotecnologias. Atua na área de Geoprocessamento desde 2005.

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15 respostas

  1. Anderson, boa noite !!

    Existe a possibilidade de desenvolver algum plugim para o Qgis e vender esse plugim? Já viu algo desse tipo envolvendo o Qgis?

    1. Vitor, tudo bem?
      Até onde eu sei a licença do QGIS exige que os plugins sejam desenvolvidos com a mesma licença que o programa. Mas vale pesquisar sobre isso de forma específica.
      Abraço!

  2. Olá Anderson,

    a um tento atrás publiquei no meu blog um artigo seu, com os devidos créditos (links para seu blog e para seu artigo, seu nome citado), este mesmo artigo.

    Recebi uma notificação da DMCA sobre direitos autorais. Foi você quem pediu?

  3. São verdadeiros absurdos o que alguns dizem para tentar manter o “mercado”. Sobre o último item (datainteroperabilidade) na empresa em que trabalho abrimos mão de adquirir a licença da extensão de Datainteroperabilidade do ArcGIS e passamos a usar o Qgis como tradutor entre os diferentes formatos, obtendo um ótimo resultado.

  4. Gostei muito. Como sempre, uma abordagem clara e objetiva. Parabéns pelo artigo. Penso que poderia escrever um artigo para a fossgis abordando as verdades e os mitos do SL para Geo. Abração.

  5. Parabéns Anderson muito esclarecedor esse artigo.

    Já utilizava alguns softwares livres, como o SPRING, quantumGIS e gvSIG, quando utilizava o windows e todos eles, mesmo em um SO proprietário, satisfaziam muito bem as minha necessidades. Agora no Ubuntu continuo utilizando esses softwares em um ambiente totalmente livre com o mesmo desempenho. Para algumas funções, diga de passagem, com um desempenho melhor do que muito software proprietário que está no mercado.

    Que esse post sirva para quebrar esse preconceito em torno do uso de softwares livres, que ainda é muito forte tanto nas universidades como nos setores de geoprocessamento de algumas empresas e órgãos públicos.

    Um abraço.

  6. Cinco falácias sobre software livre para #GEO facilmente derrubadas por este tópico. Este post serve para lançar um pouco de luz sobre a desinformação acerca dos aplicativos SIG que nós temos divulgado constantemente. Parabéns pela lucidez, Anderson.

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Sobre Anderson Medeiros

Ele já foi reconhecido como o Profissional do Ano no Brasil no setor de Geotecnologias. Graduado em Geoprocessamento, trabalha com Geotecnologias desde 2005. Já ministrou dezenas de cursos de Geoprocessamento com Softwares Livres em diversas cidades, além de outros treinamentos na modalidade EaD. Desde 2008 publica conteúdo sobre Geoinformação e suas tecnologias como QGIS, PostGIS, gvSIG, i3Geo, entre outras.

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